quarta-feira, 14 de julho de 2010

Escritas


Quando escrevi este post, não tinha encontrado muitos exemplos de mulheres detentoras de uma escrita masculina. Agora, acho que já encontrei:

I'm member and preacher to that church where the blind don't see and the lame don't walk and what's dead stays that way.

Não sei definir o que é uma escrita masculina ou feminina, como disse antes, nem quero dizer que uma escrita dita "masculina" é superior à feminina (as irmãs Bronte, por exemplo, que eu adoro e admiro desde sempre, têm uma escrita feminina, quanto a mim; até o Monte dos Vendavais, tão violento e intenso e tal e coisa, me parece muito feminino). E, no entanto, Flannery O'Connor, neste Wise Blood, tem uma dureza, uma circunspecção, uma sobriedade que, não soubesse eu ser este um livro escrito por uma mulher, diria vindo do Cormac McCarthy ou assim. Hazel Motes, personagem principal, é de uma brutalidade e antipatia tais que fazem lembrar aquele sociopata do Haverá Sangue.
É assim tudo a mesma coisa, tudo do sul.

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